domingo, 23 de setembro de 2012

Evitando Tragédias

Há 26 anos, as imagens da explosão da nave espacial Challenger chocaram o mundo. O acidente ocorrido em 28 de janeiro de 1986 continua sendo o fracasso mais emblemático do programa espacial americano. Foram apenas 73 segundos de voo, seguidos pela explosão em cima do Oceano Atlântico.
Foi a primeira catástrofe acompanhada ao vivo pela televisão. De suas casas, crianças acompanharam a tragédia da tela de suas TVs, na manhã que deveria ser marcada para celebrar a primeira ida ao espaço de um civil, Christa McAuliffe, uma professora de New Hampshire de 37 anos.
Mas não havia o que comemorar. Christa e os outros seis tripulantes do ônibus espacial morreram em frente às câmeras.
Um dos anéis de vedação no tanque externo de combustível da nave se rompeu logo após o lançamento, causando um incêndio seguido de explosão.

O compartimento onde estava a tripulação subiu como uma bola de fogo, intacto, e continuou subindo por mais cinco quilômetros antes da queda. A queda livre durou mais de dois minutos. Investigações posteriores mostraram que provavelmente boa parte da tripulação ainda estava viva durante este tempo -- o impacto com a água é que foi o golpe final.

Não havia nenhum paraquedas para desacelerar a descida e nenhum sistema de ejeção. A Nasa havia ignorado esses procedimentos de segurança durante o desenvolvimento e fabricação da Challenger. A viagem espacial foi considerada tão corriqueira, que os sete tripulantes da espaçonave usavam apenas macacões azuis e capacetes de motoqueiro para a decolagem.
Tudo por conta de um simples anel de vedação de borracha que, testado por um famoso cientista, não resistiu a temperaturas baixas. Um teste simples se tivesse sido feito antes, teria evitado a tragédia
Dezessete anos depois, mais sete astronautas morreram, no fim de sua missão a bordo do ônibus espacial Columbia. A culpa foi o tanque de combustível de espuma.
No entanto, as semelhanças entre Challenger e Columbia são assombrosas: Outra tripulação morreu, decisões infelizes, muita intolerância na cultura de trabalho, e uma enorme pressão para que o lançamento ocorresse.
Decisões precipitadas, arrogância, prepotência, falta de cuidado e de segurança foram responsáveis por duas tragédias.
Tragédias que poderiam ter sido evitadas com uma simples revisão.

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