O rei queria casar sua filha com um homem sábio.
Então ele fez um concurso em que o candidato tinha que dar uma grande
demonstração de sabedoria. Porém, aos candidatos foi dito somente, que
venceria o concurso, aquele que levasse à princesa um presente que
refletisse um desejo do próprio candidato. Foi dito também que o
escolhido teria o seu desejo realizado pelo próprio rei.
Os fidalgos se prepararam, pois a bela princesa era muito cortejada. No
dia da festa realizada para a ocasião, viu-se muitos presentes e entre
eles alguns muito cobiçados. De todos, três chamaram mais atenção:
O primeiro levou um pote de ouro e disse que o seu desejo era ter 10
vezes o peso da princesa em ouro. O rei então perguntou o porquê daquele
desejo. Este é para que não falte riqueza para sua filha majestade.
O segundo levou o mapa de suas terras e disse que seu desejo era ter
todo o reino em suas mãos. E o rei perguntou-lhe o porquê do desejo.
Quero ter todas as terras para dar muitos poderes à princesa majestade.
O terceiro entrou com um lindo e grande jarro bordado com fios de ouro,
porém só continha água. E todos riram. Ele disse que o seu desejo era
ser igual a água. O rei não entendeu, mas, perguntou o motivo do desejo.
E o jovem continuou.
Majestade, a água pode ser sólida, líquida, gasosa e se adapta a
qualquer superfície. Tem o maior poder de flexibilidade. E assim terei a
condição ideal para me adaptar a qualquer circunstância que a vida
requerer, para atender aos desejos da princesa:
No inverno, tomarei posse de todas as terras como o gelo do continente.
Teremos então muito poder. Na primavera, serei líquido para garimpar nos
córregos e rios as pepitas de ouro que guardam seus leitos.
Teremos então muita riqueza. No verão, serei as nuvens que regarão as
plantações, para alimentar os rebanhos e o nosso povo. Assim não faltará
alimento no reino. Todos ficaram em silêncio quando o rei perguntou. E
no outono?
No outono promoverei festas ao meu povo, mostrando-lhes com minha
presença constante, que faço parte de suas vidas. É como a água,
presente em todos os lugares e corpos. Nesta forma, teremos o reinado de
maior comunhão com o povo e por isso, o mais próspero. Mas esse desejo
eu não posso lhe conceder.
Isto não é preciso meu rei, basta me conceder o que puder e desejar, que
eu deverei me adaptar. Todos então se curvaram diante daquele jovem,
quando o rei o escolheu para desposar a princesa, reconhecendo, que
embora tivesse pouco para dar naquele momento, teria muito a contribuir
para o reino ao longo de sua vida.
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