sábado, 27 de agosto de 2011

Um Irmão Como Esse

Paulo era um rapaz que não podia reclamar da vida. Tinha tudo o que queria e um certo dia ganhou um automóvel de presente de seu irmão no Natal. Naquela noite, quando Paulo saiu do seu trabalho, um menino de rua estava andando em volta do carro novo, admirando-o.
-Este carro é seu, - ele perguntou. Paul assentiu com a cabeça
-Meu irmão me deu de Natal.
O garoto ficou boquiaberto.
-Quer dizer que foi um presente de seu irmão e não lhe custou nada? Rapaz, quem me dera...- disso o menino!
É claro que Paulo sabia o que ele ia desejar. Ele ia desejar ter um irmão como aquele.
Mas o que o garoto disse chocou Paul tão completamente que o desarmou.
• Quem me dera -continuou o garoto- ser um irmão como esse.
Paulo olhou o garoto com espanto, e falou
• Você gostaria de dar uma volta no meu carro?
• Oh, sim, eu adoraria.
Depois de uma voltinha, o garoto virou-se e, com os olhos marejados, disse:
-O senhor se importaria de passar em frente a minha casa?
Paulo deu um leve sorriso.
Pensou que soubesse o que o rapaz queria.
Ele queria mostrar para os vizinhos que podia chegar em casa num carrão.
Mas Paulo estava novamente enganado.
-Pode parar em frente aquela casa com aqueles dois degraus?-perguntou o garoto.
Ele subiu correndo os degraus.
Então, passados alguns momentos, Paul ouviu-o retornar, mas ele não vinha depressa.
Carregava seu irmãozinho paralítico.
Sentou-o no degrau inferior e depois como que o fortemente abraçou e apontou o carro.
-Aí está ele, amigão, exatamente como eu te contei lá em cima. O irmão deu o carro a ele de presente de Natal e não lhe custou nem um centavo. E algum dia eu vou te dar um igualzinho... Então você poderá ver com seus próprios olhos, nas vitrines de Natal, todas as coisas bonitas sobre as quais eu venho tentando lhe contar.
Paulo saiu do carro e colocou o rapaz no banco da frente.
O irmão mais velho, com os olhos brilhando, entrou atrás dele e os três deram uma volta pela cidade.
Naquele dia, o rapaz aprendeu que a felicidade maior que sentimos é quando a proporcionamos a alguém.
Sem as atitudes, aparentemente insignificantes, que dentro da nossa pequenez conseguimos realizar, a humanidade seria triste e a vida perderia o sentido.
Um abraço afetuoso, nos momentos em que a dor nos visita a alma...
Um olhar compassivo, quando nos extraviamos do caminho reto...
Um incentivo sincero de alguém que deseja nos ver feliz, quando pensamos que o fracasso seria inevitável...
Todas essas são atitudes que embelezam a vida.
E, se um dia alguém lhe disser que esses pequenos gestos são como gotas d`água no oceano, responda, como madre Tereza de Calcutá, que sem essa gota o oceano de amor seria menor.
E tenha certeza disso, pois as coisas grandiosas são compostas de minúsculas partículas.
Pense nisso!
Sem a sua quota de honestidade, o oceano da nobreza seria menor.
Sem as gotas de sua sinceridade, o mar das virtudes seria menor.
Sem o seu contributo de caridade, o universo do amor fraternal seria consideravelmente menor.
Pense nisso!
E jamais acredite naqueles que desconhecem a importância de um pequeno tijolo na construção de um edifício.
Lembre-se da minúscula gota d`água, que delicadamente se equilibra na ponta do raminho, só para tornar a natureza mais bela e mais romântica, à espera de alguém que a possa contemplar.
E, por fim, jamais esqueça que são essas mesmas pequenas e frágeis gotas d`água que, com insistência e perseverança conseguem esculpir a mais sólida rocha.

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